João Monlevade e Região

Justiça mantém prisão de médico suspeito de abusos; número de denúncias aumenta

Decisão judicial manteve prisão preventiva do mastologista Danilo Costa, detido desde terça-feira (4), suspeito de estuprar uma paciente com câncer de mama de João Monlevade. Na manhã da quinta-feira (6), uma nona vítima procurou a polícia para denunciá-lo.

O mastologista Danilo Costa — Foto: Reprodução

A Justiça de Minas Gerais manteve a prisão preventiva do médico mastologista Danilo Costa, de 46 anos, ao negar o pedido de revogação apresentado por sua defesa. Diante da decisão, ele continua detido. Seus advogados já informaram que irão recorrer com um pedido de habeas corpus.

Danilo Costa está preso desde terça-feira (4), sob suspeita de ter cometido abuso sexual contra uma monlevadense e paciente com câncer de mama durante uma consulta em Itabira, na Região Central de Minas. Desde então, outras oito mulheres procuraram as autoridades para denunciá-lo, sendo a mais recente na manhã desta quinta-feira (6).

Essa nova denúncia partiu de uma funcionária do hospital onde o médico trabalhava. Em depoimento, ela relatou que os fatos ocorreram em outubro de 2024. Com esse novo testemunho, o número de possíveis vítimas do mastologista chega a nove, incluindo um caso ocorrido em 2015.

Denúncias e histórico

As investigações apontam que há relatos de abusos cometidos por Danilo Costa desde pelo menos 2015. Entre as nove vítimas, cinco eram pacientes e quatro eram funcionárias de instituições onde ele atuava.

As denúncias descrevem um padrão semelhante de comportamento, incluindo toques inapropriados e comentários inadequados sobre o corpo das mulheres. Até o momento, a polícia não confirmou se há vítimas em outras cidades onde ele tenha trabalhado, mas a investigação continua e novas diligências estão previstas.

Denúncias podem ser feitas anonimamente pelo Disque 100, pelo telefone 180 ou pelo contato do programa “Chame a Frida” em Itabira: (31) 99398-6100.

Impacto nas vítimas

A promotora Marianna Michieletto destacou que a primeira vítima a denunciar o médico, no último dia 24, enfrentava um tratamento contra o câncer e havia procurado Danilo Costa para um procedimento de reconstrução mamária. Após o abuso, a paciente ficou emocionalmente abalada e sem referência médica.

“O Ministério Público está prestando assistência à vítima, incluindo suporte na área da saúde, para ajudá-la a seguir com seu tratamento. O impacto foi devastador, pois o médico destruiu a confiança dela no próprio processo de cura”, afirmou a promotora.

Mesmo após prestar depoimento e ser afastado do Hospital Nossa Senhora das Dores, em Itabira, Danilo Costa continuou atuando em outras unidades de saúde, o que, segundo a promotoria, representava um risco para outras mulheres.

“O Ministério Público considerou inaceitável que ele permanecesse em liberdade, já que isso poderia intimidar testemunhas e encorajar novas denúncias”, acrescentou Michieletto. Com a conclusão do inquérito, o Ministério Público formalizará a acusação contra o médico, dando continuidade ao processo até o julgamento.

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