João Monlevade e Região

ArcelorMittal Brasil aposta na diversidade e inclusão

Quatro operadoras integram o time da Mina do Andrade. Meta da ArcelorMittal Brasil é ter 30% de mulher entre seus empregados até 2030

A ArcelorMittal lançou recentemente uma meta de ter ao menos 30% do efetivo de mulheres até 2030. Atualmente, dos cerca de 17 mil empregados da ArcelorMittal Brasil, 14% são mulheres. A empresa entende que a equidade de gênero é o caminho para se construir uma sociedade mais justa e, por isso, estabeleceu a meta arrojada para poder atrair e reter mais mulheres em um setor ainda eminentemente masculino. Segundo um estudo recente do Bank Of America (BofA), a paridade de gênero poderá salvar a economia mundial pós-pandemia, ao adicionar USD 28 trilhões à economia global – quase um terço do PIB do mundo de 2020. De acordo com estes parâmetros, uma empresa que aposta na diversificação do seu capital humano ganha também em agendas ambiental, de sustentabilidade e governança (ESG).

Na ArcelorMittal Mina do Andrade, localizada no município de Bela Vista de Minas, as mulheres têm ocupado mais espaço a cada dia. Recentemente, quatro mulheres foram contratadas para operacionalizar caminhões basculante 8X4 – veículos de grande potência e capacidade de carga muito utilizados na mineração, por se movimentarem em terrenos adversos e transportarem uma grande quantidade de carga.

Para Magda Cristina Dias, 43 anos, operacionalizar um caminhão de grande porte é um sonho antigo. “A minha família toda é formada por motoristas de caminhões de grande porte ou de ônibus. Eu tento fazer meu melhor todos os dias para desenvolver um bom trabalho”, afirma Dias. Ela trabalha há mais de 10 anos com veículos de grande porte: ônibus coletivos municipais e de transporte de estudantes, além dos caminhões de carga. “Aprendi com meu pai a ter calma para dirigir”, afirma a motorista, que tirou a primeira carteira nacional de habilitação (CNH), da categoria D, escondida da família.

Além da segurança e do orgulho pela profissão, Danilza Cristina Domingues, 35 anos, outra mulher operadora de um caminhão de grande porte na Mina de Andrade não abre mão dos cuidados com a beleza e aposta nas suas características femininas para ter um bom desempenho. Filha caçula de uma família de 11 irmãos, Danilza se diz vaidosa e revela que, por baixo de todo o aparato de segurança que usa na operação, não abre mão de batom, esmalte e do cabelo sempre muito bem cuidado. “Eu me enfeito, me embelezo para ir trabalhar. Gostar de mim mesma, me faz ter mais cuidado com tudo o que eu faço”, revela.

Participação Feminina no Mercado – No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 1950, mostram que 13,6% das mulheres eram economicamente ativas. O índice dos homens neste período era de 80,8%. Em 2010, o censo do IBGE mostrou que a participação das mulheres saltou para 49,9%, enquanto a participação masculina no mercado caiu para 67,1% no mesmo período. Os dados revelam sinais de progresso no equilíbrio de ocupação por gênero no mercado de trabalho.

Mulheres na economia geram bilhões – O mercado tem cada vez mais exigido mudanças das empresas e colocado metas que amplifiquem as contratações e garantam a diversidade em seus quadros. A equidade é um imperativo para o efetivo desenvolvimento do Brasil e torna-se ainda mais necessária para a retomada da economia. Desde 2020, o Pacto Global das Nações Unidas e mais de 30 outras instituições, lançaram o desafio de aumentar o número de mulheres nos quadros funcionais. De acordo com o estudo “Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo – Tendências para Mulheres 2017”, elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o aumento da presença feminina no mercado de trabalho brasileiro poderia alocar R$382 bilhões na economia. Mas, para que isso aconteça na prática, o mercado brasileiro precisaria passar por uma grande transformação até 2025, entre elas reduzir em pelo menos 25% a desigualdade na taxa de presença feminina nos postos de trabalho. O compromisso assumido pelos países que fazem parte do G20, incluindo o Brasil, demonstra que o impacto econômico do avanço feminino nos postos de trabalho pode ser de 5,8 trilhões de dólares na economia mundial até 2025, se todas as iniciativas forem bem-sucedidas.

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